Um dos representantes brasileiros no UFC Las Vegas 33, Rani Yahya se aproxima de seu segundo compromisso na temporada. Depois do show na vitória em março, neste sábado (31), o peso galo (até 61,2kg.) enfrentará Kyung Ho Kang no card principal. Antes do desafio, o atleta falou com exclusividade ao SUPER LUTAS e analisou o adversário para o fim de semana. O combatente, que completou 10 anos de empresa nesta temporada também fez um balanço sincero sobre sua trajetória na organização.
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No UFC Las Vegas 33, Rani buscará conquistar a segunda vitória consecutiva na companhia, algo que não acontece desde fevereiro de 2018. Para isso, o brasileiro precisará repetir o feito de março, quando deu um verdadeiro show diante de Ray Rodriguez.
Volta por cima
Quando subiu no octógono para sua última luta, Rani havia completado pouco mais de dois anos sem um triunfo na companhia. O atleta, porém, ignorou a pressão e finalizou Rodriguez no segundo round. Meses após a vitória, o peso galo falou sobre a sensação de voltar a ter o braço erguido.
“Foi uma sensação maravilhosa, me emocionei depois da vitória. Me senti grato, abençoado. Eu tive esses dois resultados, que eu não saí vitorioso. Inclusive o último (contra Enrique Barzola, em 2020), mexeu muito comigo, porque teve um momento que a luta estava nas minhas mãos e eu deixei escapar. Fiquei o ano todo pensando nisso, pensando em voltar a vencer, (…) conseguir o resultado. (A vitória) foi grande para mim”, revelou.
Próximo desafio
No UFC Las Vegas 33, Yahya será testado mais uma vez pela companhia. O brasileiro dividirá o octógono com Kyung Ho Kang, também conhecido por suas qualidades no jiu-jitsu. O tupiniquim, então, avaliou o oponente e fez suas previsões sobre o desenrolar do confronto.
“Não vai ser uma luta de jiu-jitsu, mas tem uma tendência muito forte de se desenrolar no chão, assim como em pé. Hoje em dia, por incrível que pareça, eu não forço para levar a luta para o chão. Eu comecei a perceber que a melhor forma de levar para o chão é não forçar demais, para não desgastar demais. Simplesmente acontece. Pode ser que ele queira ‘trocar’ (confronto em pé) e eu estou totalmente pronto para isso, para surpreender ele nesse sentido”, admitiu.
Trajetória no Ultimate
Em janeiro desta temporada, Rani atingiu a impressionante marca de 10 anos como representante do Ultimate. Na empresa desde 2011, o atleta fez um balanço sincero sobre como enxerga sua trajetória na organização.
“Com certeza, é um saldo positivo. Para falar a verdade, eu queria ter chegado mais longe, participado de um ‘main event’ (luta principal), chegado lá na frente no ranking, disputar o cinturão. Estar em um lugar ao sol, bem mais do que eu estar. De uma forma geral, quando olho para trás, eu vejo que é um saldo positivo, de muito tempo. É uma coisa que dá a condição de eu não ter que provar mais nada para ninguém. Já tenho um respeito da comunidade, principalmente da comunidade do jiu-jitsu dentro do MMA. Eu fico feliz com isso”, disse.
O que faltou para chegar ao topo da divisão?
Ao dizer que poderia ter chegado ainda mais longe na empresa, Rani foi perguntado sobre o que poderia ter sido feito para que seu nome figurasse, hoje, entre os 15 mais bem colocados na companhia. Sem se esquivar, o brasileiro foi sincero em sua colocação.
“O que é a questão da consistência. Minha melhor sequência foi de quatro vitórias. Nas lutas chaves, que poderiam me levar para um lugar mais longe, eu acabei não performando tão bem. Em vários momentos, durante esses 10 anos, após vencer, eu mudava um pouco meu foco com relação ao que eu estava fazendo. Me deixava levar por algumas outras coisas. (…) Estou no UFC há 10 anos e a gente precisa gerar resultados. Agora, para voar um pouco mais longe, é, realmente, me manter mais consistente. Isso que aconteceu agora, sobre fazer um camp (período de treinamento), depois fazer outro, é algo que está relacionado é isso. Desde minha última luta, meu foco e motivação não mudaram. Simplesmente aumentei mais minha motivação. Consistência é a chave”, desabafou.
Próximos compromissos
Disposto a se manter ativo, Yahya vê com bons olhos o atual momento da categoria liderada por Aljamain Sterling. Caso saia vitorioso diante do sul-coreano, o brasileiro citou alguns nomes que poderiam ser importantes para aproximá-lo do top 15 da divisão.
“Eu vejo muita gente. Tem o Sean O’Malley, que está com muito hype, evoluindo, mas não é essa coisa toda. Eu vinha falando do (Urijah) Faber, que seria algo interessante”, revelou.
Desfecho ideal
Na tentativa de manter o saldo positivo dentro da organização e avançar em uma das categorias mais disputadas da empresa, Rani sabe que uma vitória no sábado é importante. O lutador, então, afirmou estar preparado para todos os cenários que possam aparecer.
“Eu sonho bastante com as três possibilidades de vencer. Vencer finalizando, nocauteando – o primeiro pelo UFC, seria maravilhoso -, e na decisão também. Até isso estaria dentro do sonho. Lutar os 15 minutos é sempre uma guerra. Então, performar bem os três rounds é um objetivo. Sábado eu conto com a torcida do Brasil, a gente está junto, é uma nação. É um momento de Olimpíadas, já conquistamos algumas medalhas. Me sinto orgulhoso de ser brasileiro nesse momento. A vitória de um é a vitória de todos nós. Vou representar todo mundo lá”, encerrou.
Histórico dos atletas
Aos 36 anos, Rani Yahya se encaminha para seu 40º embate como profissional no MMA. Hoje, o lutador soma 27 triunfos, 10 reveses, um empate e um ‘no contest’.
Nas artes marciais mistas desde 2007, Kyung fará seu 27º embate na modalidade. Hoje, o sul-coreano tem 17 vitórias, oito derrotas e um duelo ‘sem resultado’.
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