Raulian Paiva diz não lembrar sufoco no primeiro round, mas comemora vitória e desafia brasileiro nos galos

Dias após a estreia no grupo até 61,2kg., com triunfo sobre Kyler Phillips, brasileiro fala com exclusividade ao SUPER LUTAS sobre drama e futuro na nova divisão

Promessa brasileira no Ultimate, Raulian Paiva não teve vida fácil, mas superou dificuldades para vencer em sua estreia no peso galo (até 61,2kg.) no UFC Las Vegas 32. Vitorioso no embate contra Kyler Phillips no último fim de semana, o brasileiro falou com exclusividade ao canal no YouTube do SUPER LUTAS e desabafou sobre o novo momento na carreira. O amapaense também desafiou um brasileiro para sua sequência na categoria.

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C. McGregor fraturou a perna no primeiro round da luta contra D. Poirier no UFC 264 (Foto: Instagram/UFC Europe)

Substituto de Raphael Assunção, lesionado, no confronto contra Phillips, Raulian topou o desafio de subir de divisão e se testar em uma das divisões mais competitivas da empresa. Para superar o rival, Paiva mostrou muito coração e sobreviveu a um sufoco ainda no primeiro round, quando quase foi nocauteado.

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‘Apagão’ no 1º round

Mesmo com mais um resultado positivo em seu cartel, Raulian esteve próximo de um revés contra Kyler no fim de semana. Diante de uma promessa da categoria, o brasileiro esteve perto de ser nocauteado e, falando sobre o episódio, admitiu não lembrar do que ocorreu na primeira etapa do confronto.

“Para te falar a verdade, só depois que fui ver que tinha tomado um knockdown. Quando eu caí, teve um momento que olhei para os meus corners (treinadores) e eles estavam me olhando com uma cara triste. Depois, vi o Phillips me batendo. Falei: ‘ei, já começou a luta!’. Para mim, nem tinha começado a luta. Dali, eu me agarrei nele e não lembro mais de nada. (…) Me lembro quando acabou o primeiro round, em nem quis me sentar no banquinho. (…) Do segundo round em diante, entrei na luta e comecei a fazer meu jogo. Começou a ‘guerra’”, afirmou Raulian.

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Empate seria justo?

Para um dos juízes, o sufoco no primeiro round rendeu a Kyler um 10-8, em favor do norte-americano. Assim, com dois assaltos para Raulian na sequência, o duelo, na contagem de Sal D’Amato, terminou em empate, diferente do que pensaram os outros dois avaliadores, que viram vitória para o tupiniquim. O amapaense, então, apontou sua posição sobre seu triunfo na decisão majoritária.

“Na minha visão como lutador, só poderia ser 10-8 se o lutador não reagisse e o outro estivesse batendo o tempo todo. Como eu assisti a luta depois, eu vi que comecei bem o round e, mesmo tomando o knockdown, eu estava reagindo. Então, não poderia ser 10-8. (…) Mesmo eu não ‘estando ali’, estava reagindo (risos)”, contou Paiva.

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Nova realidade nos galos

Algoz de Phillips no UFC Las Vegas 32, Raulian estreou com o pé direito nos galos e entrou nos holofotes da organização para a categoria liderada por Aljamain Sterling. Empolgado com o resultado, o brasileiro falou sobre o novo momento na carreira, após anos atuando pelos moscas (até 56,7kg.).

“Eu me senti muito bem. Me senti eu mesmo, de verdade. Forte, bati o peso legal, recuperei bem e com muito mais força. Eu percebi, quando toquei no Phillips, como minha mão estava ‘dura’. Na semana da luta, estava bem mais disposto a perder peso, treinar. A recuperação foi muito boa, feliz e, acima de tudo, me sentindo mais saudável. No peso mosca, eu perdia muito peso e não recuperava”, disse o amapaense, que, no momento, não tem planos de voltar à antiga categoria.

Vitória com sabor diferente

Depois de ser cortado de um compromisso nas vésperas de sua luta contra David Dvorak, Paiva tem motivos de sobra para sorrir. Em maio, o brasileiro teve problemas no processo de corte de peso, sofrendo cinco desmaios e sendo internado. Meses depois, a decisão de subir de categoria foi premiada com uma grande vitória. Percebendo o feito, o amapaense relatou as sensações do triunfo.

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“Muita gente tinha dúvida: o Raulian vem de uma categoria de baixo. Vai pegar um cara ranqueado, não merece’. (…) Eu mostrei que cheguei em 12º nos moscas à toa. Foi muito trabalho. Agora, estou mostrando por que subi de categoria e por que mereço ficar. (…) Bati um cara que é bom, que estava no ranking. Agora, é minha vez de crescer na organização e na categoria”, confirmou.

Brasileiro na mira

Dentro de um grupo recheado com grandes representantes tupiniquins, Raulian vê em um compatriota a chance de escalar ainda mais na divisão. Substituto de Raphael Assunção, é no próprio lutador que Paiva enxerga uma grande oportunidade para seu próximo desafio.

“Se quiserem fechar eu e o Assunção, pode ser. Até vi no Twitter ele falando que estava pronto. Depois, tirou uma onda falando que não era interessante. Se fizerem essa luta, vou mostrar para ele no dia se era interessante. Se marcarem, vou quebrar ele na porrada e ele vai ver. Ele vai querer desvalorizar o cara? Se o UFC me der essa luta, melhor para mim. É um cara que está acima no ranking do que eu. Sendo do ranking ou não, eu quero lutar”, encerrou.

Histórico do atleta

Aos 25 anos, Raulian completou sua 24ª luta como profissional no MMA. Hoje, o lutador tem 21 triunfos e três resultados negativos na carreira.

Pelo Ultimate, o brasileiro, agora, soma cinco compromissos. Depois de perder nas duas primeiras apresentações, o atleta se recuperou e chegou ao terceiro triunfo em sequência.

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