O relacionamento entre Cris Cyborg e Dana White vai de mal a pior. A brasileira, que conseguiu defender o cinturão dos penas (até 65,7kg.) ao nocautear Leslie Smith no Bellator 259, voltou a falar sobre o ex-chefe e foi enfática ao descrever o relacionamento dele com os atletas de sua empresa.
LEIA TAMBÉM: Cris Cyborg abre as portas para encarar bicampeã olimpica
Em entrevista exclusiva ao canal do SUPER LUTAS no YouTube, Cyborg defendeu a possibilidade de enfrentar campeãs de outras organizações. Segundo ela, o MMA seria beneficiado com importantes e atrativos duelos para definir os melhores do mundo. Porém, a curitibana destaca a divergência de pensamentos com o presidente do Ultimate, Dana White, que chegou a barrar um confronto contra a também ex-campeã Miesha Tate.
“Isso vai ser bom para o esporte. Não será bom para um ou outro evento apenas. Se ele estivesse ali para o esporte, era algo que serviria como uma revolução e ia mudar. Como o boxe, que ninguém é dono de um cinturão. É algo que tem que mudar bastante no MMA. A gente estava planejando de fazer uma luta de grappling com a Miesha Tate e o Dana White falou: ‘Não, não. Você não vai fazer grappling com a Cris Cyborg’. É uma insegurança deles, também”, afirmou Cyborg.
Para Cris, além de prejudicar a ascensão do esporte, Dana White também corta a liberdade dos atletas, inibindo em sua visibilidade e interferindo diretamente nas publicidades de cada lutador.
“Ele tira a liberdade dos atletas, também. Você pode conseguir patrocínios, ganhar dinheiro e é uma publicidade extra. Então, prejudica um pouco. E controla muito, já que você fica querendo ser o dono do atleta. Eu acho que isso não é legal. Tudo que é comigo, Dana White gosta de cortar”, destacou a brasileira.
Apesar de se dizer feliz no Bellator, Cris Cyborg voltou a falar sobre uma possível revanche contra Amanda Nunes. Após pouco mais de dois anos desde sua derrota para a compatriota, ela diz que preza por sua felicidade, mas não descarta que o combate ocorra no futuro.
“Perder uma luta ou ganhar uma luta, acontece. Eu pedi a revanche e Amanda Nunes falou que me daria depois de dois anos. O UFC também não me deu. Eu não vi uma vontade de eles darem uma revanche para mim. Então, é melhor eu estar feliz. Eu sabia que saindo do UFC talvez não conseguisse a revanche. Mas eu também via que podia crescer muito mais vendo as oportunidades (…), eu vi que as opções eram muito melhores em outros lugares em questão de pagamento e respeito. Se estiver nos planos de Deus e for para a luta acontecer, vai acontecer.
Para a curitibana, inclusive, há uma certa manipulação na mídia por parte do Ultimate, de forma que ele jogue os fãs contra seus lutadores. Ela ainda citou o imbróglio de Jon Jones com Dana White para exemplificar o caso.
“Você vê o que está acontecendo com o Jon Jones. Como eles têm uma máquina de social media, eles fazem de tudo para manipular a mídia contra o atleta. O que ele passou, eu também passei. Ele (Dana) fala: ‘Ah, ela está com medo e não quer lutar’, mas não. Eu saí porque os valores que me ofereceram não batiam. Não é só isso. As pessoas de fora precisam ver o lado dos atletas também”, finalizou.
Apontada como uma das maiores lutadoras da história do MMA feminino, Cris conta com um cartel de 24 vitórias, duas derrotas e uma luta sem resultado.