Vivendo uma relação conturbada com o Ultimate, Jon Jones tem mais uma questão a resolver. Depois de romper com Malki e Abraham Kawa, líderes da ‘First Round Management’, que o agenciavam há anos, o lutador, se quiser, pode ter outro representante de peso. Agente de nomes como Khabib Nurmagomedov e Kamaru Usman, Ali Abdelaziz se colocou à disposição para cuidar da carreira da lenda. Em entrevista ao ‘MMA Junkie’, o empresário falou sobre o assunto.
“Eu desejo tudo de melhor para Jon. Fico lisonjeado que meu nome tenha aparecido, mas acho que ele é a única pessoa que pode se ajudar. Claro, se eu puder ajudar, vou fazer. Eu auxilio caras que eu nem agencio. Com Georges St-Pierre, quando ele voltou (para enfrentar Michael Bisping), eu voei em um jato particular com Dana White para encontrá-lo junto com Ari Emanuel, para fechar o acordo. Não ganhei nenhum dólar e Georges ganhou US$10 milhões. (..) Jon (Jones) sabe meu número. Sei que ele tem uma equipe incrível por trás dele, dando conselhos. Se ele precisar de qualquer auxílio, ficarei feliz em ajudá-lo, por respeito. Não quer dizer: ‘quero assinar com Jon Jones, quer ser seu empresário”, disse Abdelaziz.
Ciente do imbróglio atual entre ‘Bones’ e o UFC, Abdelaziz mandou um recado direto às partes envolvidas. Buscando encerrar a discussão sobre as cifras que poderiam ser recebidas em uma eventual superluta entre Jones e Francis Ngannou, Ali foi sucinto ao descrever o cenário ideal para um final feliz.
“Olhe, Dana White está invicto em rixas públicas. Jon Jones é um dos melhores lutadores que nós já vimos, uma lenda. Eu acredito que todos esses caras merecem mais dinheiro. Tudo bem. Se ele (Jon) acha que merece, sente-se com Dana White, você e ele, cale todo mundo e conversem. Ele pode discordar, mas, no fim do dia, os negócios podem ser fechados de portas fechadas. Grandes negócios não são resolvidos pela imprensa. Isso me deixa triste”, contou Abdelaziz.
Por fim, o empresário falou com empolgação e entendeu a – suposta – alta pedida de Jones para o duelo contra Ngannou, pelo cinturão dos pesados (até 120,2kg.). Para o agente, o confronto dos sonhos tem tudo para ser um sucesso e pode quebrar recordes de audiência. No entanto, é necessário que as partes deixem os problemas de lado e tentem encontrar um denominador comum.
“Eu acho que Dana White respeita o Jon Jones. A luta a se fazer é Jon Jones contra Francis Ngannou. Isso pode render, no mínimo, 1,5 milhões de pay-per-views. Façam o acerto, um acordo de performance. Isso dará muito dinheiro e eu odeio não ver esse confronto acontecendo. Acho que Ngannou merece uma luta grande e Jon Jones mereceu uma disputa de cinturão. Dana tem muito de bom nele, pessoas de alto nível ao seu redor. Se Dana está irritado, alguém pode entrar e resolver. Mas Dana é o chefe. É quem decide. Você pode falar mal dele, ele de você, mas, na verdade, se você é o melhor de todos os tempos, você merece muito mais do que ficar brigando com as pessoas online”, encerrou.
Lenda absoluta dos meio-pesados (até 93kg.) do UFC, Jones não luta desde fevereiro de 2020, quando derrotou Dominick Reyes e realizou mais uma defesa de cinturão. Em agosto do mesmo ano, o norte-americano decidiu abandonar definitivamente o título e passou a se dedicar à migração para a divisão de cima.
Desde então, muito se falou sobre uma disputa de cinturão imediata para ‘Bones’ logo em sua estreia. O plano inicial era escalar a lenda contra o vencedor do embate entre Stipe Miocic e Francis Ngannou, que trocaram forças no UFC 260.
Após o triunfo do franco-camaronês, White, que já havia confirmado Jon como desafiante, mudou o discurso por conta dos valores pedidos pelo ex-campeão. Agora, o Ultimate sinaliza com a possibilidade de promover a revanche entre Ngannou e Derrick Lewis, que vive grande momento na divisão.