Próxima de mais um grande momento dentro do Ultimate, Jéssica Bate-Estaca esbanja felicidade antes do confronto contra Valentina Shevchenko, pelo cinturão dos moscas (até 56,7kg.). Uma das protagonistas do UFC 261, que acontece neste sábado (24), a paranaense, em conversa com a imprensa, com participação do SUPER LUTAS, falou sobre a expectativa para o confronto e mostrou confiança para o compromisso.
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Neste fim de semana, Bate-Estaca poderá entrar para a história do Ultimate e integrar o seleto grupo de atletas que conquistaram títulos em divisões diferentes. Ex-líder das palhas (até 52,1kg.), a lutadora não esconde a empolgação com o grande momento e espera, novamente, chocar o mundo.
Atmosfera para o confronto
Protagonizando uma luta pelo título pela quarta vez no Ultimate (três como desafiante e uma como campeã), Jéssica conseguiu comparar o compromisso de sábado com a atmosfera vivida antes do UFC 237, quando se sagrou líder das palhas. Segundo a paranaense, os sentimentos chegam a se encontrar, dada a felicidade explícita no rosto da brasileira.
“É muito bom. Estou me sentindo muito feliz. A alegria que eu estava no UFC 237 é a mesma que eu estou agora. É a realização de um sonho. (…) Fazia tempo que eu não me sentia assim na semana da luta. Ficava preocupada com a questão do peso, de responsabilidade. Eu sou muito séria nessa questão. A gente tem que ser profissional, porque a única coisa que fazemos na nossa vida é lutar. (…) Eu tinha perdido um pouco dessa alegria, de brincar, sair, dar risada. Hoje, estou me sentindo muito tranquila, não só pela questão do peso, mas pela oportunidade que o UFC está me dando. (…) Quando eu entro feliz para uma luta, ou vou dar show, ou sair com a vitória. Vai ser uma luta maravilhosa, tanto para mim quanto para a Valentina”, disse a brasileira.
Peso mosca: casa definitiva?
Em outubro de 2020, Jéssica ficou marcada na organização ao se tornar a primeira mulher a vencer em três divisões de peso diferentes. A lutadora, que já figurou entre as galos (até 61,2kg.) e palhas, no entanto, parece ter encontrado seu porto seguro. A paranaense revelou como se sente atuando no grupo até 56,7kg. e não falta otimismo para Bate-Estaca.
“Estou me sentindo muito bem nessa categoria. No 61kg. (galos), eu me sentia bem também, mas, quando chegava na hora da luta, eu tinha a preocupação do peso maior (das adversárias). A maioria das meninas eram bem maiores do que eu – até mais do que a Katlyn Chookagian (última oponente de Jéssica) -, mas o peso era extravagante. Eu tinha que fazer muito mais força. Quando fui para o 52kg. (palhas), a minha felicidade dobrou. (…) Eu me sentia bem, rápida. Agora, no 57 (moscas), eu me sinto bem, mas muito bem mesmo, porque eu continuo forte e consigo me alimentar super bem. Treino melhor do que eu treinava em todas as categorias. Consigo estar bem, treinar muito forte e dar o peso tranquila, feliz e comendo bem. Minha esposa (Fernanda Gomes) até falou para mim: ‘amor, se você está se sentindo bem nessa categoria, vença. Continue ganhando (…) para a gente não ter que sair dessa categoria”, confessou Andrade.
Revanche à Valentina?
Mesmo com a confiança em alta, Jéssica não perde a humildade quando o assunto é Shevchenko. Sabendo que irá enfrentar uma das maiores representantes na história do MMA feminino, a brasileira falou sobre o que pode acontecer, caso supere a campeã no UFC 261.
“Eu acredito que o UFC vai dar uma revanche para a Valentina, não importa a forma que eu vença. Nada mais justo do que isso. Você vencer a campeã e, realmente, se consagrar campeã dando a revanche. É o que eu gostaria de ter tido (contra Weili Zhang), mas, pela forma que eu fui derrotada, era minha primeira defesa. Não tinha brecha para eu pedir nada, mas a Valentina tem uma história muito grande como campeã. Acredito que, se o UFC disser que eu tenho que fazer uma revanche com ela, vou fazer, sim. Vencendo, aí, sim, temos outros nomes na categoria”, confirmou a paranaense.
Desfecho dos sonhos
Fazendo uma luta dos sonhos, nada melhor do que imaginar um desfecho ideal para o espetáculo deste fim de semana. Para Bate-Estaca, o principal é vencer, independente da maneira. No entanto, a paranaense sinalizou como gostaria de desbancar a quirguistanesa.
“O melhor desfecho é a vitória. Finalizando ou nocauteando. O melhor seria assim. O melhor é vencer um cinturão nocauteando ou finalizando, porque acaba antes e você tem a certeza de que venceu”, finalizou.
Histórico das atletas
Com 29 anos, Jéssica Andrade se encaminha para sua 30ª apresentação como profissional no MMA. Hoje, a brasileira soma 21 triunfos e oito derrotas. Em seu último compromisso, a brasileira atropelou Katlyn Chookagian e carimbou o passaporte para enfrentar a campeã dos moscas.
Considerada uma das melhores lutadoras de todos os tempos, Valentina tem se tornado a ‘mulher a ser batida’. Com 23 apresentações nas artes marciais mistas, a quirguistanesa sofreu três reveses. O último resultado negativo da combatente aconteceu em 2017, quando foi superada por Amanda Nunes, na disputa do cinturão das galos. Desde então, são seis vitórias consecutivas.
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