Nos últimos anos, Colby Covington se tornou um rosto polêmico no meio do MMA. Com declarações ácidas, provocações e um estilo característico de se portar, o atleta acumulou confusões dentro e fora do octógono, gerando, inclusive, seu desligamento da conceituada American Top Team (ATT). Na intenção de esclarecer sobre a saída e personalidade do atleta, um dos técnicos da academia, Conan Silveira, falou com exclusividade ao SUPER LUTAS sobre o assunto.
Um dos principais responsáveis pelo sucesso dos atletas na ATT, Silveira trabalhou diretamente com Covington. O técnico, então, falou sobre o que aconteceu para que o lutador deixasse a academia e se arriscasse em sua própria equipe.
“Nem sempre você tem como ter em seu ambiente, na harmonia de um time, um distúrbio que vai afetar todo mundo. Então, o time não pode ter essa dependência. Não pode ficar refém desse tipo de comportamento”, afirmou Conan.
A fala do treinador se dá pelo fato de Colby ter assumido uma postura que incomodou o bem-estar do grupo presente na American Top Team. O atleta acumulou desavenças como nomes como Jorge Masvidal, Joanna Jedrzejczyk, Dustin Poirier e até mesmo Amanda Nunes.
Se engana, no entanto, quem pensa que a saída de Colby aconteceu de forma conturbada. Segundo Silveira, o desligamento foi fruto de uma conversa e não houve expulsão.
“Foi amigável. Não foi: ‘vai embora’. Foi escolha. Aqui, você tem que seguir uma regra ou procurar outro lugar. Ele não foi mandado embora. ‘O que é bom para você e o que é bom para gente”, admitiu.
É de conhecimento público que um dos motivos para a ausência de Colby na ATT foi a troca de farpas entre o ‘falastrão’ e seu antigo melhor amigo, Jorge Masvidal. Em 2020, os atletas passaram a trocar farpas pela imprensa e a situação acabou chegando à academia. Silveira, então, falou sobre o assunto.
“Existia, até um determinado tempo, uma fase em que a gente estava sendo muito criticado por permitir que os dois fizessem parte da American Top Team, mas o ‘falar’, o ‘dizer’… isso acontece na família. Nem sempre você se dá bem. Existe o conflito, essas diferenças, mas chegou em um nível que a gente não podia permitir que a coisa crescesse. Então, foi estabelecida uma regra que não poderia ser mais falado entre eles ou com qualquer outro dentro da academia. Não pode mais existir essa bateção de boca”, revelou.
Com seu estilo provocador, Covington, inegavelmente, se tornou um rosto importante para o Ultimate. Amado por uns e odiado por outros, o atleta se tornou campeão interino dos meio-médios e disputou o título linear (em 2019). Na intenção de esclarecer sobre a real personalidade do norte-americano, Silveira falou sobre quem é, de fato, o atleta.
“Ele é super respeitoso. Um lutador que escuta. Nunca presenciei uma falta de respeito dele com os treinadores. Pelo contrário, se você conversa com ele fora do ‘personagem’, você vai se surpreender. É aquilo: ‘todo mundo tem que fazer o que precisa para aparecer’. Acho que tem muitos que fazem essa linha. Não é uma coisa que eu faria, porém, é o que é”, finalizou.
Aos 33 anos, Colby estreou como profissional no MMA em fevereiro de 2012. Ao longo de quase 10 anos de carreira, o norte-americano, hoje, soma 18 compromissos, com 16 vitórias e duas derrotas.
O ‘falastrão’ não atua desde setembro de 2020, quando dominou o ex-campeão da divisão, Tyron Woodley e garantiu o primeiro lugar no ranking do grupo. O atleta disputou o título linear no UFC 245, quando foi batido pelo campeão Kamaru Usman.