Campeão de boxe, brasileiro é detido no México antes de defesa de título e perde cinturão

P. Soares (centro) detinha o título latino-americano da WBO. Foto: Reprodução/Instagram

Do céu ao inferno. Campeão latino-americano de boxe pela Organização Mundial de Boxe (WBO), Paulo Soares viveu momentos lamentáveis no último dia 28 de março. O atleta, que viajava rumo a Los Mochis, no México, para defender seu título contra Alan Solis, acabou sendo detido no país, de quebra, perdeu seu título por não se apresentar no confronto. Em entrevista ao ‘UOL Esporte’, o pugilista narrou a situação e fez críticas às autoridades.

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“Não falaram um ‘a’ comigo do momento em que cheguei lá (México) até o momento em que fui embora. Não deram explicação nenhuma”, contou o atleta.

Sem saber o porquê de não poder embarcar para o destino de sua luta, Soares revelou que foi conduzido para uma sala e, ali, contou o que aconteceu. Segundo Paulo, a abordagem se deu de forma questionável, já que o brasileiro não sabia o que, de fato, qual era a real situação.

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“Passamos por dentro do aeroporto e chegamos em uma salinha. Mandaram tirar os cadarços do tênis. O cara foi bem ignorante, tratando como se fosse bandido, como se eu estivesse levando droga ou coisa do tipo. Reviraram a minha mala de mão. A mala que eu despachei só consegui pegar no Brasil, e estava toda revirada”, contou.

Além do momento constrangedor, Soares afirmou que as regras de segurança diante da pandemia do coronavírus não foram cumpridas. De acordo com o boxeador, após ser revistado, ele acabou sendo alocado em uma ‘cela’ junto com outras pessoas.

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“A sala não tinha janela. Tinha apenas um ventilador, mas estava virado para as pessoas que já estavam lá, não ficou para nós. (…) Não consegui nem dormir. O cara trancou a porta e ficou um calor absurdo. Eu fiquei com medo o tempo todo, não tirava minha máscara nunca, mas a gente sabe que a máscara sozinha não é suficiente. Não tinha nem o negócio de álcool em gel lá. Foi terrível”, finalizou.

Depois do trauma pessoal, mais problemas viriam a acontecer na vida de Paulo. Sem poder embarcar para cumprir seu compromisso contra Alan Solis, o brasileiro acabou substituído no compromisso, que aconteceria em 1 de abril.

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De última hora, Jonathan Aguilar substituiu o tupiniquim na luta, agora, válida pelo cinturão vago. Segundo Mike Miranda, que acompanhou Soares na viagem, a decisão de tomar o título se deu, também, pelo período de inatividade do atleta.

“Se ele tivesse defendido há três ou quatro meses, o cinturão seria mantido. Agora, ele é o desafiante obrigatório de quem vencer a luta no México. Problema é saber onde aconteceria essa luta por causa da pandemia”, afirmou Miranda.

Aos 33 anos, Paulo, hoje, ostenta um cartel com 12 compromissos no boxe profissional. O atleta tem 11 triunfos e um revés.

Publicado por
VH Gonzaga