Considerada uma das maiores promessas brasileiras no Ultimate, a peso palha (até 52,1kg.) Amanda Ribas foi derrotada pela compatriota Marina Rodriguez no UFC 257 e conheceu seu segundo revés na carreira. Porém, a brasileira avaliou o combate e diz que ainda há grande margem para crescer na divisão.
Em entrevista ao canal do SUPER LUTAS no YouTube, Amanda revela que já reviu o combate e afirma que se surpreendeu com a resposta positiva dos fãs brasileiros, apesar de sua derrota.
“Eu sei que dei meu melhor nos treinos, me entreguei 100% na dieta e em tudo que eu fiz. Mas às vezes a Marina (Rodriguez) se entregou 110% e ali era o momento dela. Então, saber perder é saber olhar o que eu errei para melhorar (…), e sabe uma coisa que me surpreendeu? Eu recebi mensagens de pessoas próximas pedindo para eu não entrar nas redes sociais, mas eu entrei mesmo assim. E (havia) muita gente mandando mensagens boas, com críticas construtivas. Fiquei muito feliz, porque os brasileiros me mostraram algo bom”, revela Amanda Ribas.
Ainda sobre sua evolução na carreira, Amanda aponta a necessidade de melhorar seu jogo em pé. Segundo a brasileira, o revés também servirá de ‘lição’ para que no futuro ela esteja ainda mais preparada para os momentos de glórias ou dificuldades.
“Tenho que melhorar minha movimentação na luta em pé. Melhorar meu muay-thai. (…), e acho que fico mais longe de disputar o cinturão, mas eu perdi para a Marina, que é muito forte. Claro que fiquei bastante chateada, mas às vezes eu precisava dessa derrota para, quem sabe um dia que eu disputar o título, eu esteja ainda mais preparada. Eu tento sempre olhar o lado positivo”, ressaltou a brasileira.
Ribas também falou sobre o peso de ser considerada uma das maiores promessas do MMA feminino. Ela revela que tenta não colocar pressão sobre sua carreira.
“Eu acho legal que todo mundo vê um potencial muito grande em mim. Mesmo eu lutando bem, mesmo com a derrota, eu consegui ver muita brecha no meu jogo. Então isso mostra que eu posso melhorar. Pressão tem, mas se eu colocar em cima do meu ombro, é muito peso”, esclareceu.
Antes da luta contra Marina Rodriguez, a brasileira havia dito que sonhava com a possibilidade de disputar o título ainda neste ano. No entanto, com o revés, precisará retomar o caminho das vitórias antes de realizar seu objetivo. Para ela, perder também faz parte de um processo de construção até o topo.
“Isso me ensinou a ser mais do que uma lutadora. Tem muita gente que bate no peito, mas perde uma luta e não consegue subir de novo. Não me considero uma lutadora. Me considero uma ‘guerreira de tatame’. Eu já perdi muitas vezes, ainda mais no jiu-jitsu, e sei que a derrota ensina. É lógico que fica um gostinho amargo que não quero mais. (…), conquistei um público que nem sonhava em assistir a luta, mas assiste por causa de mim. Veem que sou uma menina que fala e ri pra caramba, mas sei lutar e me defender”, disse Ribas.
Sem escolher seu próximo passo, Amanda avaliou quem pode encarar em sua retomada. Atualmente, a brasileira segue no top 10 da divisão e ainda planeja enfrentar alguém acima do ranking, além de avaliar suas possíveis adversárias dentro da categoria. Ela ainda diz que há a possibilidade de voltar a lutar ainda no primeiro semestre de 2021.
“Acho que o jogo que mais se encaixa com o meu é o da Carla Esparza, pois se eu não conseguir derrubá-la, ao menos dá para manter a distância. Eu já quero voltar agora no final de abril ou maio e ainda quero alguém melhor ranqueado. Independentemente de quem eles oferecerem acima de mim, eu ficarei bem satisfeita”, concluiu.
Aos 27 anos, Amanda Ribas tem um cartel de 10 vitórias e duas derrotas na carreira, que se iniciou em 2014. Atualmente, a brasileira ocupa a décima posição do ranking do peso palha feminino.