Promessa do peso médio (até 83,9kg.) do Ultimate, Paulo Borrachinha saiu em defesa de Conor McGregor após a dura derrota do irlandês no UFC 257. Em seu canal no ‘YouTube’, o mineiro analisou o confronto do ‘Notório’ contra Dustin Poirier e encontrou pontos positivos na performance do ex-campeão. O brasileiro, no entanto, relacionou o império financeiro construído por McGregor com sua atuação dentro do octógono.
“Muita gente vai esquecer de dizer o quão bom é o McGregor, o quão diferenciado ele é. Vão esquecer que no primeiro round, o Poirier foi ‘cozinhado’, assado e frito pelo Conor McGregor, quase nocauteado. McGregor está anos luz à frente de Poirier. É notável a superioridade técnica”, disse o brasileiro.
Borrachinha, no entanto, avaliou o segundo assalto de forma diferente. Observando o confronto até o momento que culminou na derrota do irlandês, o brasileiro falou sobre o senso de urgência de Poirier, que perdia o confronto, mas conseguiu reverter a situação de maneira histórica.
“No segundo round, porém, Poirier mostrou senso de urgência, mostrou que tem coração. Conor não mostrou senso de urgência, a vontade de vencer, a garra, o sangue nos olhos”, contou Paulo.
Neste momento, Borrachinha tocou em um ponto importante para se analisar McGregor enquanto atleta na atualidade. O irlandês, hoje, é o lutador que mais lucrou na história do MMA, com uma marca difícil de ser alcançada. Para o mineiro, a fortuna de Conor acaba tornando inevitável a queda de rendimento.
“Imagina você ter mais ou menos R$1,5 bilhões na sua casa. Ter, também, garantido, ‘pingando’, na sua conta entre US$350 e 450 mil por mês. Ser o maior lutador e maior estrela do MMA mundial de todos os tempos e, ainda assim, se dedicar 7 a 8h por dia. Ainda chegar no evento e lutar com um cara que você já nocateou e venceu. Você teria foco para isso?”, questionou o brasileiro. (…) É compreensível. Ele está mega milionário, mais rico que o Dana White. Se vocês não sabem, o Dana ganha mais de U$ 70 milhões por ano só do UFC.
Borrachinha, então, tentou solucionar o que muitos passarão a questionar a partir do UFC 257: Conor terá a motivação necessária para voltar ao que já foi?.
“Conor ganha mais que isso só do UFC, além de todas as outras coisas. É muito dinheiro. É difícil você ter esse senso de urgência. Acho que o Conor não tem mais essa raça, essa vontade. Ele precisa de um desafio muito grande, acho que apenas o Khabib (Nurmagomedov) o faça voltar com dedicação. Ele tem treinado bem, foi superior ao Dustin no primeiro round e seria no segundo, se não fosse o coração do Dustin e a vontade dele de ganhar que foi muito maior”, finalizou.
O revés para Poirier marcou o primeiro nocaute sofrido por Conor desde sua estreia no MMA. O atleta, agora, soma cinco resultados negativos em 22 compromissos.