Afastado do UFC desde a fatídica luta entre Valentina Shevchenko e Priscila Pedrita, o ex-árbitro da companhia, Mario Yamasaki abriu o jogo sobre sua saída conturbada da organização. O afastamento ocorreu depois que o condutor, em fevereiro de 2018, demorou para interromper o duelo que ficou marcado pela disparidade técnica entre a quirguistanesa e a carioca, protagonizando um verdadeiro massacre sobre a brasileira.
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Passados quase três anos do episódio, Yamasaki abriu o jogo sobre sua saída do Ultimate. Em entrevista exclusiva ao canal no YouTube do SUPER LUTAS, Mario deu sua versão sobre a cena e também falou sobre o momento mais marcante dentro da companhia.
3 de fevereiro de 2018
O espetáculo era realizado em Belém (PA) e o evento era encabeçado por Lyoto Machida. O protagonismo do card, no entanto, acabou ficando para a luta co-principal, entre Valentina Shevchenko e Priscila Cacoheira, a Pedrita. No embate, o duelo transcorreu de forma desigual desde o início. Mais experiente, a quirguistanesa não deu chances para a brasileira e, após um massacre de quase 10 minutos, o confronto foi encerrado por uma finalização. A crítica sobre Mario veio logo a seguir, quando o árbitro foi duramente criticado por membros da imprensa, fãs e pelo então chefe, Dana White. Agora, Mario dá sua versão do que aconteceu no episódio.
“A minha arbitragem é sempre a mesma. Eu falei com elas no vestiário: ‘enquanto vocês estiverem se defendendo inteligentemente, eu falar com você e você responder, eu não vou parar a luta’. Tive muita mídia, muita entrevista, não me concentrei para a luta. Toda a vez que eu falei para ela (Pedrita) se defender, ela se defendeu. Ela fala isso até hoje. É uma grande guerreira. (…) Minha cabeça estava tão focada em fazer o que prometi para ela – porque sou lutador também -, só que, como árbitro, deveria ter protegido ela. (…) A diferença era muito grande. Foi um erro. Aprendi com isso”, afirmou o brasileiro.
‘Cancelado’ por Dana White
Em entrevistas após o evento, Dana White, presidente do Ultimate, foi um dos maiores críticos da postura de Yamasaki. Na ocasião, o ‘chefão’ chegou a cravar que o árbitro não seria mais visto atuando sobre o octógono. Apesar de não concordar com a decisão, Mario se disse grato ao UFC pela oportunidade e falou sobre a relação que tinha com o mandatário.
“O UFC tem um dono, e o dono é o Dana White. Ele falou que eu nunca pisaria no octógono de novo e, como ele ainda é o dono, ele quer manter a palavra dele. A gente teve uma relação, porque estou no UFC antes do Dana White. A gente sempre se tratou bem. Quando ele entrou, eu ajudei ele para cace**, com várias coisas. Sempre me deu presentes. (…) Quando separou a Comissão Atlética, ele teve que distanciar dos árbitros, porque ele não poderia mais ser amigo dos árbitros. (…) Estou lá há 20 e poucos anos, para ele me tirar… através do UFC eu conheci países, fiz tudo o que eu quis. Só tenho que agradecer. Foram 20 anos de alegrias e glórias. Se não quiser mais, já estou fazendo várias outras coisas. Nunca dependi do UFC e do MMA para viver. É só alegria, mas não achei justo (risos)”, disse Mario, que revelou nunca mais ter conversado com White.
Momento mais marcante no UFC
Profissional no esporte há mais de 20 anos, Yamasaki se recorda com carinho de grandes lutas vividas dentro da companhia. Uma, no entanto, Mario guarda com mais carinho na memória, por se tratar de sua primeira disputa de cinturão como condutor.
“Foi a primeira disputa de cinturão, porque, antigamente, era apenas o John McCarthy que fazia. Foi em (Las) Vegas, Tito Ortiz contra o Chuck Liddell (UFC 66), a segunda luta deles. Estava aquela rixa, aquela coisa toda em volta da luta, muita pressão. Ali, eu nunca mais esqueço. Grava para sempre”, finalizou.
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