O dos maiores representantes brasileiros no peso médio (até 83,9kg.) dos últimos anos, Ronaldo Jacaré está próximo de seu retorno ao octógono após mais de um ano. Recuperado da Covid-19, o lutador enfrentará Kevin Holland no UFC 256, em Las Vegas (EUA), em 12 de dezembro. Empolgado para o compromisso, o amazonense falou com exclusividade ao canal no YouTube do SUPER LUTAS sobre a expectativa para o duelo.
Sem se apresentar desde novembro do ano passado, quando empatou com Jan Blachowicz em seu teste na divisão dos meio-pesados (até 93kg.), Jacaré optou por voltar à categoria em que viveu os melhores momentos da sua carreira. Inicialmente, o brasileiro enfrentaria Marvin Vettori, no penúltimo card do ano. No entanto, o UFC foi obrigado a fazer uma manobra e alterar o oponente de Ronaldo com o de Jack Hermansson, que testou positivo para Covid-19.
Com a alteração de adversário, Jacaré teve de adaptar algumas mudanças em sua estratégia de luta. O atleta, então, falou como reagiu ao saber que não enfrentaria Vettori, mas, assim, Holland. O atleta também fez uma revelação, alegando que o primeiro nome cogitado havia sido o de Hermansson, seu último algoz.
“O Jack Hermansson não aceitou a revanche comigo e acabou aceitando o Vettori. Aí, sobrou o adversário do Hemansson para mim. De certa forma, vou trabalhar, me manter ativo e voltar”, revelou o amazonense.
Embora esteja confiante em sua preparação, Jacaré admite que uma mudança deste nível e a tão pouco tempo do confronto pode alterar a condução do duelo. O brasileiro, então, deixa claro que sua estratégia vai cai por terra logo ao se tratar da base do adversário.
“Muda bastante. Um é destro, o outro é canhoto, mas estou pronto. Fiz um camp (treinamento) muito duro. Saí totalmente da minha zona de conforto. Trouxe caras para realmente me bater no treino. Me sinto bem e estou pronto para lutar”, afirmou Ronaldo.
É possível notar a empolgação no rosto de Ronaldo quando o assunto é voltar ao octógono. Acostumado a se manter ativo dentro da companhia, o lutador deveria ter feito seu retorno à empresa em maio, mas acabou deixando o evento após testar positivo para Covid-19. O lutador, então, avaliou o período de afastamento, mas garantiu que não esteve ocioso nos últimos 12 meses.
“A vez que eu peguei Covid-19 é como se eu tivesse lutado. Eu bati o peso, fiz o trabalho todo, fiz o camp. Não tem como, a parte mais dura do trabalho eu fiz. Fisicamente, não me sinto tanto tempo fora de ação”, cravou.
No próximo dia 12, Jacaré ficará frente a frente com um adversário que atravessa uma grande fase na carreira. Holland venceu seus últimos quatro compromissos e vai para sua quinta apresentação apenas em 2020. O brasileiro, então, avaliou o casamento de estilos e apontou os pontos positivos e negativos de seu adversário.
“Ele tem um striking (luta em pé) muito bom. Ele é muito comprido, isso pode complicar. Mas eu sou bem forte fisicamente, estou com o wrestling muito bom. Outra coisa, estou pronto. Vai ser difícil alguém me parar do jeito que estou agora”, finalizou.
Aos 40 anos, Jacaré se encaminha para sua 36ª apresentação como profissional no esporte. Multicampeão de jiu-jitsu e ex-líder da divisão dos médios do Strikeforce, o brasileiro, hoje, soma 26 triunfos, oito reveses e uma luta sem resultado. Holland, de 28, tem 20 resultados positivos em 25 compromissos no MMA.