Se Ariane Lipski havia impressionado em sua última atuação, não conseguiu repetir o bom desempenho contra Antonina Shevchenko. No UFC 255, evento realizado neste sábado (21), em Las Vegas, nos EUA, a brasileira foi derrotada pela irmã mais velha da campeã do peso mosca (56,7kg). A ‘Rainha da Violência’ não conseguir impedir os ataques da adversária no solo e foi nocauteada no segundo round.
O duro revés encerrou o bom momento vivido por Ariane no UFC. Antes de enfrentar Antonina, a curitibana, de 26 anos, tinha vencido duas lutas consecutivas e buscava o terceiro triunfo para integrar o top-15 da categoria.
O início do combate mostrou a qualidade que Antonina Shevchenko e Ariane Lipski possuem na trocação. Ambas avançaram e acertaram golpes potentes uma na outra. Apesar de Antonina ser campeã mundial de muay thai, aparentemente, foi a brasileira que levou a melhor na troca. Na sequência, Antonina levou a brasileira para a grade, fez bastante uso do clinch de muay thai e aplicou uma bonita queda. No solo, a atleta do Quirguistão quase perdeu a posição para a brasileira, mas conseguiu ficar em vantagem e pontuou ao aplicar socos sem tanto poder.
O segundo assalto começou de forma idêntica. Ariane aplicou um bonito e potente direto em Antonina, que acusou o golpe, foi para o clinch e derrubou em seguida. Com a brasileira no solo, por baixo, a atleta do Quirguistão dominou as ações. Além de mostrar boa evolução na luta agarrada, Antonina percebeu que Ariane estava desconfortável e atacou a brasileira de forma pesada, que não resistiu.
A boa atuação de Antonina Shevchenko foi um presente de aniversário que a mesma se deu, já que completou 36 anos na sexta-feira (20). Na entrevista pós-luta, a atleta do Quirguistão comemorou o fato de ter conseguido lutar bem no solo, pois esse sempre foi o seu ponto fraco e lhe custou a derrota contra Katlyn Chookagian. Essa foi a terceira vitória da veterana em cinco aparições no UFC, que busca sair da sombra da irmã, Valentina.
Não há dúvida. Se a luta entre Brandon Moreno e Brandon Royval poderia definir o próximo desafiante do peso mosca (56,7kg), a atuação do primeiro tem tudo para confirmar essa posição. O mexicano, simplesmente, maltratou seu adversário. A promessa, de 26 anos, foi ativa e confirmou o favoritismo com facilidade, ainda no primeiro round.
Como era de se esperar, o combate foi bastante movimentado e empolgante. O talentoso Moreno foi superior em pé e, no solo, quase finalizou Royval. Se o mata-leão foi desperdiçado o nocaute não. Ainda no solo, Moreno encerrou o combate ao aplicar duros golpes no adversário, faltando um segundo para o assalto terminar. Os ataques foram tão intensos, que deslocaram o ombro de Royval.
Essa foi a terceira vitória consecutiva de Brandon Moreno no UFC, que segue invicto desde que voltou a organização. Empolgado com o belo triunfo, o atleta pediu para enfrentar o vencedor da luta principal do UFC 255, entre o campeão, Deiveson Figueiredo, e Alex Perez.
Ele fez de novo. Na última luta, Joaquin Buckley chocou o mundo ao aplicar um dos nocautes mais bonitos da história do MMA em Impa Kasanganay e tirou sua invencibilidade. Contudo, o lutador não ficou satisfeito e fez mais uma vítima. Dessa vez, ‘New Mansa’ não tomou conhecimento de Jordan Wright e derrubou mais um atleta invicto.
No primeiro round, Buckley não negou o que Deus lhe deu de melhor e partiu com tudo para cima do adversário. Confiante e poderoso, ignorou o fato de ser menor e esteve perto de nocautear, principalmente, no minuto final. Se Wright sobreviveu a tormenta inicial, sucumbiu logo depois. Buckley precisou de apenas 18 segundos para nocautear o oponente no segundo assalto. Ele, simplesmente, alvejou o oponente, que caiu apagado.
Esse foi o segundo nocaute impressionante aplicado por Joaquin Buckley em três aparições no UFC, sendo todas em 2020. Vale lembrar que ‘New Mansa’ foi derrotado em sua estreia por Kevin Holland, mas, mesmo aceitando a luta em cima da hora, também chegou a assustar o algoz. O norte-americano, de 26 anos, é uma promessa que caiu nas graças de Dana White e do público e, se depender dele, volta ao octógono ainda em 2020, já que pediu para enfrentar James Krause.
Nem mesmo o fato de estar parado há um ano e meio impediu Alan Jouban de ter uma boa atuação em seu retorno. Conhecido por ser o sósia de Cristiano Ronaldo no MMA, o veterano, de 38 anos, impressionou ao vencer o estreante Jared Gooden. É bem verdade que ‘Brahma’ passou por alguns sustos no primeiro round e chegou a ser abalado, já que seu adversário possui bom nível, mas, ao entrar na luta, foi superior tanto em pé, quanto no chão.
O segundo assalto foi um monólogo. Jouban não tomou conhecimento de Gooden e foi soberano. O veterano aplicou chutes baixos, acertou cruzados, diretos e esteve perto de nocautear algumas vezes. O terceiro assalto foi intenso e emocionante. Os atletas alternaram bons momentos visando encerrar o combate pela via rápida e, ao tentar derrubar Jouban, Gooden caiu em uma guilhotina no minuto final e foi, literalmente, salvo pelo gongo.
A importante vitória dá motivação para Alan Jouban encarar a fase final de sua carreira, encerrou a má fase e afastou qualquer risco de demissão. Anteriormente, o atleta havia sido derrotado três vezes nas últimas quatro lutas.
Sasha Palatnikov e Louis Cosce estrearam no UFC e não sentiram a conhecida pressão por atuarem no maior palco de MMA do mundo, já que a dupla foi para o tudo ou nada desde o início. O atleta de Hong Kong apostava no volume e o norte-americano atacava na base da potência.
Na metade do primeiro round, diversos golpes perigosos entraram no rosto e corpo dos atletas e, em um deles, Palatnikov sofreu knockdown. No entanto, surpreendeu ao resistir ao duro castigo aplicado por Cosce e, aos poucos, equilibrou as ações. Depois do susto, foi sua vez de atacar o norte-americano que, cansado, também quase foi nocauteado.
No segundo assalto, o ritmo caiu, porém bons momentos também aconteceram. Neles, Palatnikov se destacou e aproveitou o fato de ser maior e estar menos cansado. Nos últimos cinco minutos, Palatnikov também foi superior e conseguiu dar números finais ao combate, quando Cosce tentou aplicar uma queda sem sucesso. No solo e exausto, o norte-americano foi presa fácil para os socos do adversário, que só parou quando o árbitro interrompeu.
Apesar de aceitar a luta em cima da hora, Sasha Palatnikov ignorou o pouco tempo que teve para se preparar, conseguiu uma grande vitória de virada e deixou uma boa impressão. Já Louis Cosce perdeu a invencibilidade, quando era favorito. O jovem, de 25 anos, foi revelado no programa Dana White Contender Series e teve tudo para ampliar sua série de vitórias, mas não conseguiu nocautear no primeiro round e acabou sendo nocauteado no terceiro.
CARD PRINCIPAL
Peso mosca: Deiveson Figueiredo finalizou Alex Perez com uma guilhotina a 1m27s do R1 – Luta pelo cinturão
Peso mosca: Valentina Shevchenko derrotou Jennifer Maia na decisão unânime dos juízes (49-46, 49-46, 49-46) – Luta pelo cinturão
Peso meio-médio: Tim Means derrotou Mike Perry na decisão unânime dos juízes (30-27, 29-28, 29-28)
Peso mosca: Katlyn Chookagian derrotou Cynthia Calvillo na decisão unânime dos juízes (30-27, 30-27, 30-27)
Peso meio-pesado: Paul Craig derrotou Maurício Shogun por nocaute técnico a 3m36 do R2
CARD PRELIMINAR
Peso mosca: Brandon Moreno derrotou Brandon Royval por nocaute técnico a 4m59s do R1
Peso médio: Joaquin Buckley derrotou Jordan Wright por nocaute a 0m18s do R2
Peso mosca: Antonina Shevchenko derrotou Ariane Lipski por nocaute técnico a 4m33s do R2
Peso meio-médio: Nicolas Dalby derrotou Daniel Rodriguez na decisão unânime dos juízes (30-27, 29-28, 29-28)
Peso meio-médio: Alan Jouban derrotou Jared Gooden na decisão unânime dos juízes (30-27, 30-27, 30-27)
Peso médio: Kyle Daukaus derrotou Dustin Stoltzfus na decisão unânime dos juízes (30-27, 30-27, 30-27)
Peso meio-médio: Sasha Palatnikov derrotou Louis Cosce por nocaute técnico a 2m47s do R3