O protagonismo do UFC Las Vegas 13 era de Glover Teixeira e Thiago Marreta, no entanto, outro brasileiro roubou a cena no evento do último final de semana. Com direito a um dos bônus de US$50 mil, Raoni Barcelos teve uma atuação de gala contra Khaid Taha e cimentou seu nome como uma das grandes promessas brasileiras para a divisão dos galos (até 61,2kg.). Em entrevista exclusiva ao canal no YouTube do SUPER LUTAS, o carioca falou sobre o bom momento e deu pistas sobre o futuro na organização.
Invicto desde sua estreia na companhia, Raoni aceitou o duelo contra Taha com menos de duas semanas para a apresentação. No entanto, o brasileiro mostrou que está acima de outros nomes do grupo e pronto para encarar atletas da elite da divisão.
Embora a performance de Barcelos tenha enchido os olhos de muitos fãs brasileiros, o combatente mostrou pé no chão, afirmando que existe muito a melhorar. Crítico em relação às suas apresentações, embora tenha saído feliz com o resultado, o carioca já pensa no que precisa ser alterado para os próximos compromissos.
“Eu sou muito crítico comigo mesmo. A luta foi bem interessante para todo mundo, mas, para mim, eu preciso melhorar algumas coisas. Sou muito chato com isso. Acho que a falta do Pedro (Rizzo) e do meu pai (Laerte Barcelos) no meu córner foi um detalhe importantíssimo. Se eles estivesse, eu finalizaria a luta. Eu senti a falta deles, porque eles são um porto seguro para mim. Quando eles estão no córner, me sinto mais seguro. Foi a primeira vez que estava acontecendo comigo e confesso que senti, mas a luta acabou acontecendo daquela maneira. Tive a oportunidade de nocautear ou finalizar, mas, infelizmente, não veio. A gente tem que estar preparado para 15 minutos de luta. (…) Vocês puderam ver que eu busquei até o final e saí exausto, eu e meu adversário, que é um cara duríssimo. Foi uma bela luta”, disse Raoni.
Na promoção do confronto do brasileiro contra Khalid, o presidente do Ultimate, Dana White, chegou a afirmar que Barcelos é um nome que, seguramente, dará bons frutos à categoria. Depois de um grande desempenho, o carioca, de fato, provou que está em outro nível da divisão e mandou um recado para os futuros rivais.
“Eu vim para fazer um furacão na categoria. Era minha estreia em um card principal (UFC Las Vegas 13), nunca tinha lutado. Tinha muito atleta que não me conhecia, não sabiam quem eu era. Aqui na América só passa o card principal na televisão. (…) Mostrei que estou ali, que posso ser uma ‘carne de pescoço’ e para tomarem cuidado. Se lutar comigo, não vão pegar qualquer um. Vão pegar o Raoni, que pode fazer um estardalhaço”, disse o brasileiro.
Disposto a evoluir cada vez mais para chegar ao ponto mais alto do grupo que, hoje, é liderado por Petr Yan, Barcelos sabe que a trajetória não será fácil. Afinal, o atleta está incluso em uma categoria com grandes nomes da companhia e dispostos a tudo para realizar o sonho do cinturão. Assim, Barcelos deu sua opinião sobre o que pensa da divisão.
“É a categoria que está mais movimentada, que tem mais nomes do cenário mundial do MMA, como José Aldo, Frankie Edgar, TJ Dillashaw, Colby (Garbrandt), Dominick Cruz e eu preciso enfrentar esses caras. Todos os que fizeram seu nome na categoria. Tem muita gente que podemos enfrentar. Vamos lutar. Só quem ganha é o público”, contou.
Depois da grande vitória sobre Khalid Taha, no último final de semana, Raoni, em entrevista depois do confronto, evitou sugerir um nome para seu próximo desafio. Quase uma semana depois, o brasileiro ainda não tem um nome certo, mas segue firme na ideia de trocar forças contra um adversário do topo.
“Tem alguns atletas que estão no top 12, 11, 10. (Cody Stamann) se estiver bem ranqueado, pode ser. Até dezembro, eu quero lutar novamente. Eu estou bem, não saí lesionado. Agora, é voltar para o Brasil, rever o que tem que rever e voltar com tudo”, disse carioca.
Aos 33 anos, Barcelos estreou no MMA em 2012. O atleta calçou as luvas do Ultimate como profissional da empresa em julho de 2018. Desde então, são cinco lutas, sem saber o sabor da derrota. Ao todo, o carioca tem 17 apresentações, com 16 triunfos e um revés.