A chegada de Michael Chandler ao UFC e, consequentemente, a escolha dele ser o reserva imediato da luta que vale o cinturão do peso leve, no UFC 254, não foi bem vista por muitos atletas. Patrício Pitbull, campeão do peso pena (65,8kg) e leve (70,3kg) do Bellator, alfinetou Dana White, Dustin Poirier e Tony Ferguson recusaram enfrentar o atleta, recém-contratado, e, dessa vez, foi Charles Oliveira que se posicionou.
Ao site norte-americano MMA Fighting, Do Bronx mostrou toda sua insatisfação com a falta de oportunidades na organização e com a valorização de um lutador que ainda nem estreou nela. Revoltado com a situação e com o privilégio de certos profissionais, Charles admitiu que, caso o quadro não mude, terá que apelar e, infelizmente, será obrigado a agir de forma que não aprova, mas que o UFC gosta de explorar.
“Estou no melhor momento da minha vida, sete vitórias e não tenho a oportunidade de lutar contra um top-5. Agora, um ex-lutador do Bellator, que foi nocauteado por Patrício Pitbull, no primeiro round, assina com o UFC e fica próximo de lutar pelo cinturão? Como assim? Eu não entendo! Venci sete lutas consecutivas pela via rápida! Eu não deixo os juízes decidirem. Luto para finalizar ou nocautear, sempre. Atuei dessa forma na primeira luta da minha carreira até a mais recente. Todas foram boas! Quando fui vaiado? Nunca! Independentemente de ganhar ou perder, sempre dou show! Como as coisas estão difíceis, terei que fazer trash talk, jogar objetos em um ônibus, agredir alguém, não sei. O ponto é esse: sempre empolgo os fãs, não recuso lutas, mas não tenho oportunidades. Acho que terei que ser o Charles que não sou, o que ofende os atletas e amaldiçoa suas famílias. Acho que é isso que está faltando”, disse do Bronx,
Sem adversário, Charlinho, sexto no ranking da categoria, gostaria de enfrentar um top-5 e citou Ferguson como a luta de seus sonhos, porém não descarta enfrentar o próprio Chandler. Caso isso aconteça, o brasileiro prometeu mostrar a diferença de nível entre UFC e Bellator.
“Se eu pudesse escolher, lutaria contra um top-5. Vi que Poirier não quis enfrentar Ferguson por causa de dinheiro e eu, definitivamente, lutaria contra Ferguson. Seria uma grande honra para mim, mas teria que acontecer em novembro. Chandler é realmente bom? Claro, ele foi campeão do Bellator e merece respeito, mas onde se encontra no ranking? Ele acabou de chegar ao UFC. O nome dele tem peso e aceitaria enfrentá-lo, mas, agora, quero enfrentar atletas que estão acima de mim no ranking. Se não há ninguém disponível, podemos lutar. Mostrarei à Chandler que ele está no UFC e que não há idiotas aqui!”, finalizou.
Aos 30 anos, Charles Oliveira vive a melhor fase de sua carreira. O brasileiro, que chegou ao UFC em 2010, se consolidou como um top da organização ao vencer sete lutas consecutivas, sendo todas pela via rápida (seis finalizações e dois nocautes). Além disso, Charlinho é o lutador que mais finalizou na história da organização e um dos que mais conquistou bônus. Sua última atuação foi em março de 2020, no UFC Brasília, quando finalizou Kevin Lee.