O cenário de tensão mundial, resultante da pandemia do coronavírus (Covid-19), assusta até os atletas do mais alto nível. Com luta marcada para este sábado (9), pelo UFC 249, Ronaldo Jacaré admite medo de se colocar em risco diante de uma das maiores crises de saúde da história, mas justificou sua presença no espetáculo deste final de semana.
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“Eu sinto receio de fazer tudo, até de ir no supermercado, mas tem coisa que tem que fazer, não tem como fugir, eu prefiro trabalhar e correr o risco porque são coisas que a gente vai ter que fazer. A gente está muito preocupado com esse negócio, é muito sério, tem muita gente morrendo, é complicado e triste”, disse o brasileiro em entrevista à ‘ESPN’.
Embora o cenário não seja favorável para o retorno das atividades esportivas em muitos países ao redor do mundo, o atleta garante que o Ultimate tem trabalhando incessantemente para garantir a integridade física dos atletas que se dispõem a competir durante a pandemia. Ronaldo afirmou que todos os combatentes, equipes, assim como profissionais que trabalharão no UFC 249 foram devidamente orientados sobre as medidas preventivas que devem ser adotadas durante a semana do evento.
“Tivemos várias reuniões. O protocolo deles é bem restrito para ninguém ter problema de contrair essa doença. Vão ter pessoas específicas que vão entrar no nosso quarto, vai ter alimento, a gente não vai sair. Quando a gente chegar no hotel, vai fazer exames pra saber se está com a doença ou não porque tem pessoas que são assintomáticas”, explicou.
Diante de um contexto completamente diferente de tudo aquilo que já viveu ao longo de sua vida de atleta, Jacaré, no entanto, faz questão de esclarecer que o UFC não forçou nenhum atleta a participar dos cards que acontecerão durante a pandemia.
“ Tivemos umas reuniões com Dana White (presidente do Ultimate). Ele deixou bem claro que os atletas que não estiverem confortáveis não precisam lutar, ele deixou a gente bem à vontade”, confirmou.
Neste sábado, o brasileiro fará o confronto que marcará seu retorno à divisão dos médios (até 83,9kg.) depois de se testar, no fim do ano passado, entre os meio-pesados (até 93kg.). Para a disputa contra o perigoso Hall, o combatente também falou sobre o processo de treinamentos, que teve de ser modificado, adotando medidas preventivas que sugerem o isolamento social e consequente redição no número dos membros de sua equipe.
“A gente tem reduzido bastante (os treinos). Tem feito o que dá pra fazer. Tem dois treinadores aqui em casa comigo e uma pessoa que vem aqui. Há um tempo atrás o Rodolfo (Vieira) estava me ajudando, a gente tem feito o que dá pra fazer. Eu tenho uma garagem grande então tem bastante espaço”, finalizou.
No confronto contra Uriah (10º colocado), Jacaré precisa de uma vitória para retornar oficialmente ao ranking da categoria. O atleta foi retirado da elite da divisão depois de subir de divisão.
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