Sem fazer muito alarde, o brasileiro Carlos Diego Ferreira vem crescendo de forma consistente dentro da categoria peso leve do UFC nos últimos anos. Invicto há cinco anos na maior organização de MMA do planeta, o amazonense radicado nos Estados Unidos, Ferreira conquistou neste sábado (19), em Las Vegas (EUA), o maior triunfo de sua carreira. Em uma performance segura e dominante, o único atleta a representar o Brasil no UFC 246 finalizou o ex-campão mundial Anthony Pettis e pode se aproximar de um lugar no top-15 da divisão até 70kg.
Logo de cara, Carlos Diego demonstrou que sua estratégia era “abafar” Pettis, com avanços constantes e dando pouco tempo para que o ex-campeão tentasse seus usuais golpes de efeito. O brasileiro conseguiu colocar o rival pra baixo e pegar as costas, mas acabou deixando escapar a boa posição. De volta em pé, o cenário inicial voltou a se repetir, com Ferreira avançando sem dar espaços para Pettis, que, eventualmente, sucumbiu às entradas nas pernas e terminou quedado uma vez mais.
Se no primeiro assalto a primeira queda demorou cerca de um minuto para acontecer, na segunda parcial o brasileiro conseguiu levar o duelo para o solo nos segundos iniciais. Novamente trabalhando a posição e conseguindo se manter nas costas de Pettis, Carlos Diego minou o ímpeto físico do adversário, ao mesmo tempo em que somou pontos importantes nas papeletas dos jurados.
Carlos Diego Ferreira, porém, tinha outros planos e levar a luta ao fim dos 15 minutos regulamentares não estava entre eles. Com cerca de dois minutos restantes para o fim do segundo assalto, o brasileiro se aproveitou de um movimento equivocado de Pettis e encaixou um estrangulamento muito justo, forçando “Showtime” a bater em desistência rapidamente e garantindo sua sexta vitória consecutiva no Ultimate.
Após a vitória, Ferreira assegurou que o roteiro do combate seguiu conforme planejado. “Eu escapei dos chutes na perna, que realmente doem muito. Se vocês repararem, eu saí até mancando depois da luta. Mas a estratégia era essa, cheguei a treinar esse estrangulamento específico com meus técnicos nos bastidores antes de entrar no octógono. Estou muito feliz de estar aqui, vencer, mas já estou pensando em voltar para a academia, treinar duro e voltar a lutar o quanto antes”, disse Ferreira, em entrevista no octógono.
Em luta morna, Holly Holm vence Raquel Pennington
Ex-campeã peso galo do UFC, Holly Holm tem uma coincidência curiosa em seu cartel profissional. A “Filha do Pastor” somente foi derrotada por atletas que haviam sido, ou se tornaram na ocasião, campeãs mundiais. Diante de Raquel Pennington, a kickboxer manteve a escrita em uma revanche do duelo que marcou a estreia de Holm no Ultimate.
Sem fugir de suas características, Holm apostou em um jogo de segurança, mantendo Pennington contra a grade e tentando evitar as quedas da rival. Em momentos em que ambas estavam no meio do octógono, Holly preferia os chutes frontais, evitando longas sequências e buscando sempre o contato para levar a adversário novamente para a grade, onde tentava desenvolver seu clinch e dirty boxing.
A estratégia, eficiente para Holm, gerou tamanha frustração em Pennington que acabou provocando um dos momentos mais singulares da noite, com um de seus corners pedindo sucessivas vezes para que o público se manifestasse com vaias contra o jogo aplicado pela ex-campeã. Curiosamente, no entanto, foi Pennington quem levou o combate para a grade no terceiro e decisivo round.
O público, por sua vez, atendeu ao pedido do técnico de Pennington, mas não exatamente pelo que ele solicitava, e inundou a arena com vaias quando o combate chegou ao seu fim, o que gerou um pedido de desculpas de Holm nos microfones. “Eu peço desculpas pela forma como a luta aconteceu, mas nós precisávamos disso. Ela tem um estilo muito agressivo e nós saímos com a vitória. Era isso o mais importante e eu obviamente quero ter um desempenho melhor nas próximas lutas”, disse a ex-campeã.
Confira abaixo os resultados do UFC 246:
CARD PRINCIPAL
Conor McGregor derrotou Donald Cerrone por nocaute técnico (socos) aos 40s do R1
Holly Holm venceu Raquel Pennington em decisão unânime dos juízes (30×27, 29×28, 30×27)
Peso pesado (até 120.2 kg.): Alexey Oleinik venceu Maurice Greene por finalização (chave de braço) a 4m38s do R2.
Brian Kelleher venceu Ode Osbourne por finalização (guilhotina) a 2m49s do R1.
Carlos Diego Ferreira venceu Anthony Pettis por finalização (mata-leão) a 1m36s do R2.
CARD PRELIMINAR
Roxanne Modafferi venceu Maycee Barber em decisão unânime dos juízes (30×27, 30×27 e 30×26)
Sodiq Yusuff venceu Andre Fili em decisão unânime dos juízes (29×28, 29×28 e 29×28)
Askar Askarov venceu Tim Elliott em decisão unânime dos juízes (29×28, 30×27, 30×27)
Drew Dober venceu Nasrat Haqparast por nocaute técnico (socos) a 1m10s do R1.
Aleksa Camur venceu Justin Ledet em decisão unânime dos juízes (29×28, 30×27 e 30×27)
Sabina Mazo venceu JJ Aldrich em decisão dividida dos juízes (29×28, 29×28 e 28×29).
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