Retornando as origens, Vitor Miranda faz estreia no WGP Kickboxing

O veterano aposta na experiência que adquiriu em sua carreira para vencer Elias Rodriguez na luta principal do WGP 52, dia 16 de dezembro, em Joinville (SC)

V. Miranda volta ao kickboxing após cinco anos afastado. Foto: Reprodução/Instagram @vithai

Inspirado pela sua trajetória no muay thai e no K1, Vitor Miranda fará sua estreia no WGP Kickboxing. O ex-lutador do UFC vai medir forças com Elias Rodriguez na luta principal do WGP 52, dia 16 de dezembro, em Joinville (SC) – sua cidade natal. Os atletas se enfrentam na categoria dos pesados (94kg).

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Vitor aceitou fazer sua estreia no evento com apenas cinco semanas de antecedência e teve duas trocas de adversário. No entanto, ‘Lex Luthor’ aposta em sua experiência para vencer o jovem paraguaio.

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“Sobre o Elias Rodriguez, eu sei pouco sobre ele. Meu adversário foi trocado pela terceira vez e não achei muito material sobre ele. O que eu sei é o que as pessoas me confirmam durante as entrevistas. Ele é um cara novo, mas já está há um tempo na luta e tem muitas lutas no kickboxing. Então vai ser aquele clássico, juventude versus experiência. Acredito que a minha experiência vá prevalecer”, explicou Vitor.

Vitor Miranda ficou conhecido do público após participar do The Ultimate Fighter Brasil e conquistar um contrato com UFC. Ele permaneceu na organização por quatro anos e realizou sete combates. Entretanto, o catarinense foi demitido da franquia depois das derrotas para  Chris Camozzi, Marvin Vettori e Abu Azaitar. Poucos meses depois ‘Lex Luthor’ assinou contrato com o WGP Kickboxing.

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Em entrevista exclusiva, Vitor Miranda falou sobre o retorno ao kickboxing, sua saída do UFC e os planos para o futuro.

SL: Como foi a sua transição do K1 para o MMA?

Vitor Miranda: Na época que eu lutava no K1. O meu sonho sempre foi participar e fazer minha carreira no K1. Tanto que muitos amigos e conhecidos estavam migrando para o MMA e eu falava: ‘eu não vou para o MMA, os caras estão desistindo muito fácil’. Acabou que no meu auge no K1 quando eu venci o K1 Turquia em 2007. Uns dois meses depois ele fechou as portas. Ai eu fiquei meio que sem evento, não existiam muitos eventos no Brasil e eu já estava lutando em um nível internacional muito bom. Eu não queria dar um passo para trás.

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Nessa época eu treinava com Pedro Rizzo e ajudava na parte de sparing e muay thai para as lutas dele. Também conheci o Dedé Pederneiras, a galera da Nova União onde a gente treinava. E o Dedé falou: ‘Cara vai para o MMA que você vai se dar bem. O MMA está crescendo’. Com 28 anos eu migrei para o MMA e a partir dali eu comecei a focar e a perseguir o maior do mundo que é o UFC.

SL: De que maneira ocorreu a tua entrada no TUF e consecutivamente no UFC?

VM: Eu comecei no MMA em 2008, fiz muitas lutas. Fui para os Estados Unidos e voltei para o Rio de Janeiro. Quando eu entrei na Team Nogueira em 2012 que eu comecei a evoluir realmente como lutador de MMA. Onde os irmãos Nogueira me deram todo o suporte só para eu treinar e focar na carreira de luta. Eu fui ganhando luta atrás de luta. Em 2011, eu tentei entrar no TUF na primeira edição e não consegui. Em 2012, eu participei com treinador assistente do Minotauro e no final de 2013 abriu a minha categoria e eu consegui entrar como atleta. E a partir dali comecei a fazer minha carreira no UFC.

SL: Como foi a sua passagem pelo UFC e o que mudou na tua vida?

VM: Eu entrei no UFC com 35 anos. Então foi uma coroação da minha trajetória/carreira e foi o momento em que pensei: ‘Poxa, valeu a pena todo o esforço, investimento e sacrifício que eu fiz. Cheguei no UFC e foi bom demais pra mim. Foi o momento onde as pessoas começaram a me reconhecer, conhecer minha história e a minha carreira. Eu sou muito grato a minha passagem no UFC.

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SL: Normalmente os lutadores do Ultimate após duas ou três derrotas. Você tem algum arrependimento de não ter trocado de categoria ou ter feito algo diferente antes do último revés na organização?

VM: Arrependimento não é a palavra. Eu assumo que foi um erro muito grave de eu não ter me adaptado as categorias do UFC, porque quando eu entrei existia outra realidade. Não existia a USADA (Agência Anti-Doping dos Estados Unidos) controlando a parte do antidoping muito forte. Não existia esse controle tão grande, então eu acabava lutando com caras muito mais pesados. Caras que faziam um ciclo de uma reposição hormonal, batiam o peso mais e depois recuperavam mais fácil.

Quando a USADA chegou as coisas foram mudando, a galera teve de se adaptar para as suas categorias naturais e eu não fiz isso. Eu acabei forçando uma categoria que não era natural minha. Eu me sacrificava demais para perder peso consequentemente eu não conseguia recuperar toda a minha forma e acabei prejudicado nas últimas três derrotas. Não adianta eu chorar pelo leite derramado. Foi um erro e eu assumo esse erro, mas ainda quero ver se consigo aprender com ele e fazer melhor nos meus próximos cinco anos de carreira pra daqui pra frente só ter vitórias, se Deus quiser.

SL: Como é voltar a lutar kickboxing depois de cinco anos?

VM: Eu estou há cinco anos sem lutar kickboxing. E também mais que isso, estou há muito tempo sem treinar o kickboxing. Quando a gente treinar para a luta em pé, é treino diário de combinação, saco, manopla. Por conta do MMA eu não consigo fazer isso todo porque têm outras valências, outras modalidades que precisa treinar e acaba que se perde o ritmo.

Eu estou tentando resgatar isso ai e vai ser um desafio para essa primeira luta até porque não tive muito tempo para treinar. A empolgação de voltar a lutar em pé e ainda dentro da minha cidade ela vai superar o tempo que eu não tive para treinar. Eu acho que vou chegar muito bem, dentro do possível e vou arrancar essa vitória e dai pra frente não parar de treinar o kickboxing e recuperar o ritmo antigo.

SL: Qual foi a estratégia aplicada no teu camp para estar preparado em cinco semanas voltar a lutar?

VM: Foram cinco semanas e ainda tive que lidar com a recuperação da minha mão que havia quebrado e passei por cirurgia. […] Não foi a preparação ideal, mas eu acredito que vai ser suficiente para vencer essa e daqui pra frente somente melhorar cada vez mais.

SL: Você vai lutar e ter a torcida a favor. Como você reage a isso?

VM: Pra mim é bom demais. Eu já lutei duas vezes nesse ginásio que eu vou lutar aqui em Joinville e a galera sempre comparece. Acredito que depois da minha saída do UFC que eu tenho o nome mais forte na cidade… Eu acho que vai lotar e estou muito empolgado para essa apresentação.

SL: O teu objetivo no kickboxing é chegar ao Glory. Qual a estratégia que você traçou para chegar lá?

VM: A minha estratégia vai ser fazer quantas lutas forem necessárias dentro do WGP para poder entrar no Glory. De repente até disputar um título no WGP de acordo com as minhas vitórias. Porque eu acredito que eu não precise de nenhum outro evento para me colocar no Glory. O WGP tem uma parceria muito forte com o evento e o Paulinho [Zorello, diretor-executivo do WGP] também tem esse contato muito bom. Eu acredito que eu me dando bem no WGP consigo entrar no Glory.

O WGP 52 ocorre no Complexo Centreventos Cau Hansen em Joinville, Santa Catarina, dia 16 de dezembro a partir das 16h30 (horário de Brasília). O evento será transmitido pelos canais Combate, Fox Sports e Band Sports.

Card do WGP 52

Peso pesado: Vitor Miranda x Elias Rodriguez

Peso leve: Julie Werner x Barbara Salazar

Peso leve: Leandro Silva x Bruno Cerutti

Peso leve: Fabricio Zacarias x Renzo Martinez

Peso pena: Kinberly Novaes x Amanda Torres

Peso pena: Thiago Conceição x Rodolfo Cavalo

Peso meio-médio: Rafael Baader x Marcos Carvalho

Peso leve: Leandro Jobu x Nichollas Pestilli

Peso meio-médio: Jeferson Silva x Matheus Moreira

Peso leve: Edson Pastor x Luiz Henrique

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