Era pra ser só mais um evento de MMA no Rio de Janeiro (RJ), promovido em parceria com uma das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), mas a segunda edição do “Rato Fight Night”, realizada na noite do último sábado (11) na Zona Norte carioca, acabou promovendo uma luta que não só infringiu as leis esportivas brasileiras como também colocou em risco a integridade física de uma pré-adolescente.
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Segundo o jornal “Extra”, a jovem S.M., de apenas 13 anos, participou de uma luta profissional de MMA contra uma atleta maior de idade durante a programação do “Rato Fight Night 2”, na Favela do Rato Molhado. A jovem, que lutava com o consentimento da mãe, mas jamais havia pisado em um ringue anteriormente, acabou nocauteada no fim do terceiro assalto, após sofrer duros golpes da adversária, Karoline Martins, de 18 anos.
A presença de menores de 16 anos em atividades esportivas profissionais é vedada no Brasil desde 1998, quando foi promulgada a “Lei Pelé”. Segundo o texto da lei, em seu 44º artigo, “é vedada a prática do profissionalismo, em qualquer modalidade, quando se tratar de (…) menores até a idade de dezesseis anos completos”.
Também em entrevista ao jornal, Cristiano Sampaio, presidente da Comissão Atlética Brasileira de MMA, principal órgão regulamentador do esporte no país, condenou a promoção de uma luta em tais condições e garantiu que o evento não contou com a sanção da entidade. ”
Isso para o esporte é péssimo, não tem como colocar uma menina de 13 anos para lutar sem os equipamentos de proteção necessários. Se trata de uma criança ainda, existe um risco grande de lesão, podendo ser até irreversível dependendo da situação. Nos eventos que chancelamos, só podem lutar profissionalmente atletas maiores de 18 anos ou então maiores de 16 com um termo de responsabilidade assinado pelos pais”, assegurou.
O “Rato Fight Night 2” contou com a presença de outros atletas menores, mas todos competiram entre si, em lutas amadoras de exibição e fazendo uso de equipamentos de segurança.
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