Os rumores sobre a realização (ou não) do duelo entre Conor McGregor e Michael Chandler estão causando um verdadeiro alvoroço nos bastidores da comunidade do MMA. O temor de boa parte dos fãs do esporte é que o destino do card programado para o dia 29 de junho seja o mesmo do UFC 151: o primeiro evento cancelado da história da organização. Relembre o controverso momento da companhia.
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O ano era 2012. O então campeão dos meio-pesados (até 93kg) Jon Jones estava escalado para defender o seu cinturão pela quarta vez contra o veterano Dan Henderson. Os dois atletas seriam os protagonistas do card do UFC 151, que seria realizado no Mandalay Bay, em Las Vegas (EUA), no dia 01 de setembro.
Entretanto, no dia 23 agosto, faltando pouco mais de uma semana para o evento, Dana White anunciou via coletiva de imprensa que Dan Henderson havia rompido os ligamentos do joelho e que o duelo com Jones não aconteceria mais. Como se não bastasse, a ‘bomba’ viria a seguir: o UFC 151 foi cancelado pela organização devido ao pouco tempo disponível para que fosse encontrado um novo oponente.
“Esse é possivelmente um dos meus piores momentos como presidente do UFC em 11 anos. Pela primeira vez em 11 anos, vamos cancelar um evento”, disse Dana em coletiva de imprensa organizada as pressas.
Segundo o próprio Dana, Chael Sonnen chegou a se oferecer para substituir Hendo, porém, Jones não aceitou pois alegou que não haveria tempo suficiente para mudar a sua estratégia de preparação para o jogo de um wrestler. Lyoto Machida chegou a ser confirmado como próximo rival antes mesmo do rival de Anderson Silva se prontificar, mas o carateca recusou o confronto de última hora.
Em meio as primeiras notícias pós cancelamento, o mandatário do Ultimate chegou a culpar o campeão dos meio-pesados pelo cancelamento do evento.
As polêmicas nos bastidores
Os dias seguintes ao cancelamento do UFC 151 foram de muita polêmicas nos bastidores e troca de acusações entre Jon Jones, Dan Henderson e Dana White. O mandatário fez duras críticas ao desafiante e o acusou de esconder a lesão por duas semanas, o que atrapalhou a busca do evento por um substituto para enfrentar Jon Jones. Porém, a informação da omissão do rompimento dos ligamentos foi confirmada pelo veterano ex-Pride, que alegou acreditar que estaria recuperado antes do dia 01 de setembro.
Jones foi bastante criticado por fãs e pela comunidade do MMA por não aceitar enfrentar Chael Sonnen com oito dias de preparação. O campeão se defendeu lembrando que, por ser o dono do cinturão dos meio-pesados, não arriscaria o seu reinado aceitando qualquer luta e a qualquer tempo apenas para satisfazer a organização.
‘Bones’ também acusou Sonnen e Henderson, então companheiros de equipe, de tramarem juntos o ato de esconder a lesão no joelho sofrida pelo veterano, para que desse tempo de Chael estudar com mais afinco o jogo de Jones e, posteriormente, se oferecer como substituto.
O cancelamento do UFC 151 gerou prejuízo de mais de US$20 milhões ao Ultimate, que já havia desembolsado essa quantia no marketing do evento e também com as despesas dos lutadores que iriam compor o card. Os hotéis, cassinos, casas noturnas, táxis e restaurantes de Las Vegas também deixaram de arrecadar boas quantias sem a presença dos fãs de MMA na cidade.
Até o presente momento, o UFC 151 foi o único evento cancelado da história da organização, com exceção do período em que foi decretada a pandemia da Covid-19 em todo o mundo.
Com a lesão de Henderson, o Ultimate cancelou o UFC 151, mas não deixou Jones muito tempo sem lutar. O rei dos meio-pesados foi realocado para o card do UFC 152, que foi realizado no dia 22 de setembro, em Toronto, Canadá. O novo adversário do campeão foi o brasileiro Vitor Belfort e o norte-americano saiu vitorioso com uma finalização no quarto round.
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