Ex-desafiante ao cinturão dos meio-pesados (até 93kg.) no Ultimate, Thiago Marreta não vive seus melhores momentos no octógono, mas a história pode mudar. Estrela do UFC Las Vegas 59, que acontece neste sábado (6), o brasileiro já provou, em outros momentos, que tem condições de sonhar alto no mundo do MMA. Como incentivo a um dos atletas que chegaram mais perto de superar o lendário Jon Jones, a equipe do SUPER LUTAS reuniu nomes que deram a volta por cima na companhia, após passar por momentos de instabilidade.
Com quatro derrotas nas últimas cinco lutas, Marreta busca provar que pode retomar a condição de desafiante ao trono dos meio-pesados. O pontapé inicial pode ser dado neste fim de semana, quando o lutador encara Jamahal Hill na luta principal.
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Se engana quem pensa que ícones do esporte não podem passar por tropeços no decorrer da carreira. Assim sendo, relembre alguns atletas que reencontraram a boa fase em suas trajetórias pelo UFC.
1) Randy Couture
Considerado um dos maiores nomes na história do UFC, Randy Couture teve momentos de decepções e de glórias com as luvas da organização. Lenda viva das artes marciais mistas, o norte-americano fez história na companhia, conquistando cinturões nos meio-pesados e pesados. Mas, nem tudo foram flores na carreira do lutador pelo Ultimate.
O norte-americano conquistou seu primeiro título pelo UFC em 1997, quando superou Maurice Smith. O atleta, porém, não chegou a defender o trono e foi destituído após assinar contrato com o ‘Vale Tudo Japan’. Randy voltou a vestir um título no Ultimate em 2000, defendendo duas vezes diante de Pedro Rizzo, até perder o posto de campeão diante de Josh Barnett. O combatente tentou retomar o topo da divisão logo após o tropeço, mas acabou superado por Ricco Rodriguez. Nos pesados, Couture conseguiu voltar à liderança em 2007, quando passou por Tim Sylvia, mas perdeu novamente em um encontro histórico com Brock Lesnar.
Couture também teve passagem marcante nos meio-pesados. O lutador vestiu o cinturão linear em embate contra Tito Ortiz e acabou perdendo o título no confronto contra Vitor Belfort. Randy, no entanto, retomou a condição de cinturão na revanche contra o brasileiro.
2) Aljamain Sterling
Atual dono do cinturão dos galos (até 61,2kg.), Aljamain Sterling nem sempre teve seu nome tratado como destaque do UFC. Na organização desde 2014, o lutador passou por altos e baixos até assumir o topo da divisão, em 2021.
Pela companhia, Sterling chegou a atingir a marca de três derrotas em cinco apresentações, entre 2016 e 2017. A retomada do atleta, porém, aconteceu em 2018, quando o combatente conquistou uma sequência de cinco triunfos, até disputar o título contra Petry Yan, mesmo que de maneira polêmica, devido a uma joelhada ilegal do russo. Na revanche, Aljamain anulou as dúvidas, superando o rival de forma dominante e defendendo o título.
3) Fabrício Werdum
Considerado por muitos como um dos melhores pesos pesados de todos os tempos, Fabrício Werdum nem sempre foi unanimidade dentro da divisão. Ícone do jiu-jitsu, o lutador teve duas passagens pelo UFC, sendo a segunda a mais marcante.
Depois de se apresentar com as luvas do Strikeforce, entre 2009 e 2011, o gaúcho retornou ao Ultimate em 2012. Na primeira fase, o lutador teve derrotas para Andrei Arlovski, Júnior Cigano. Na segunda, ‘Vai Cavalo’ emplacou cinco triunfos seguidos e, no sexto, conquistou o cinturão interino ao nocautear Mark Hunt. O confronto pela unificação aconteceu diante do lendário Cain Velasquez. Azarão nas casas de apostas, Fabrício ignorou as desconfianças e finalizou o rival, fazendo a festa da torcida brasileira e assumindo o trono absoluto dos pesados.
O gaúcho acabou destronado em sua primeira defesa de título. Na ocasião, o atleta foi nocauteado por Stipe Miocic.
4) Glover Teixeira
Xodó da torcida brasileira, Glover Teixeira é um dos grandes nomes na história do MMA tupiniquim. Determinado e com técnica acima da média, o atleta, há anos, é destaque da categoria até 93kg. O mineiro, porém, passou por momentos delicados e de incerteza na companhia.
Glover chegou ao UFC como uma aposta brasileira para os meio-pesados. Com boxe afiado, wrestling e jiu-jitsu de alto nível, o mineiro acumulou cinco vítimas em sequência. O feito credenciou o tupiniquim para um confronto com o então absoluto e temido Jon Jones, pelo cinturão do grupo. Na luta, Teixeira acabou derrotado por pontos e, na sequência, também foi superado por Phil Davis, o que afastou o atleta momentaneamente do sonho do título.
Entre 2016 e 2018, o brasileiro oscilou entre vitórias e derrotas na organização. No entanto, em 2019, já veterano, o combatente se reencontrou e atingiu a marca de cinco triunfos, tornando insustentável não receber uma nova oportunidade de lutar pelo cinturão pela segunda vez. A oportunidade de assumir o trono veio diante de Jan Blachowicz, e Glover não decepcionou, finalizando o polonês e assumindo o topo do grupo.
O mineiro acabou perdendo o título na defesa de título contra Jiri Prochazka, mas, mesmo aos 42 anos, entregou o maior desafio da carreira do tcheco, perdendo apenas nos segundos finais do último round. A performance convincente de Glover segue como fator decisivo para uma eventual revanche imediata. O atleta, no entanto, ainda não sabe se terá a oportunidade de tentar reconquistar o cinturão.
5) Charles do Bronx
Uma das maiores estrelas na história recente do UFC, Charles do Bronx é a prova viva de que a persistência pode gerar grandes frutos. Novo ‘queridinho’ dos leves (até 70,3kg.), o brasileiro viveu momentos de tensão quando atuava nos penas (até 65,7kg.). Derrotas e problemas recorrentes com o corte de peso, porém, obrigaram o paulista a migrar de vez à divisão até 70,3kg.
Entre 2015 e 2017, Do Bronx chegou a acumular quatro derrotas em seis apresentações. A ‘virada de chave’, no entanto, veio em 2018. A partir do triunfo diante de Clay Guida, Charles não perdeu mais. Foram oito triunfos até chegar no desafio contra Michael Chandler, pelo cinturão vago dos leves. Contra a lenda do Bellator, o brasileiro deu um verdadeiro show de raça e qualidade técnica, quando suportou um castigo no primeiro round e nocauteou o rival na segunda etapa, sendo coroado na companhia após anos de dedicação.
O paulista defendeu o trono contra Dustin Poirier no fim de 2021, mas acabou perdendo o título de forma polêmica após confusão na pesagem oficial para o UFC 274. Mesmo sem o cinturão, Do Bronx cumpriu seu papel e atropelou Justin Gaethje logo no primeiro assalto. O massacre diante do norte-americano credenciou o tupiniquim a disputar o título vago no UFC 280. Desta vez, o compromisso será contra Islam Makhachev, considerado por muitos como o sucessor de Khabib Nurmagomedov.
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