Um dos atletas afetados com a paralisação do Ultimate em função da pandemia do coronavírus (COVID-19), o peso pesado (até 120,2kg.) Rodrigo Zé Colmeia vive um verdadeiro dilema sobre a atual situação da organização. Com sua estreia na empresa adiada pela terceira vez, o mineiro falou sobre as preocupações com o futuro financeiro, mas mostrou consciência sobre os perigos enfrentados diante de uma das maiores crises de saúde da história.
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“A notícia do evento (ser cancelado), nem cavalo aguenta. É um tiro atrás do outro. Estou há sete meses aqui nos EUA, enfrentando várias coisas, não é fácil. Era para ter lutado em novembro, tive que fazer uma cirurgia e não consegui. Estava treinando para lutar 11 de abril (inicialmente aconteceria em Portland, EUA), cancelaram a luta. Fiquei em camp (período de treinamento), remarcaram com o mesmo cara. Estava na sala de preparação física ontem (quinta-feira), abri o “Instagram” e vi que cancelaram os eventos”, disse o brasileiro em entrevista ao ‘Combate’.
Sem atuar desde julho do ano passado, quando conseguiu o passaporte para integrar o grupo de combatentes do UFC através do ‘Dana White’s Contender Series’, Rodrigo falou sobre a frustração sobre ficar tanto tempo parado. Em dois meses, será completado um ano desde que o atleta não se apresenta profissionalmente.
“É bem difícil criar motivação quando você não tem um compromisso. Assinei o contrato dois dias atrás, aceitei a luta com três semanas, não é o tempo ideal de camp. O tempo ideal são sete semanas. É diferente, mas aceitei a luta. Falei com meu preparador físico, pedi desculpas e falei que ia descansar porque não estava com luta marcada mais. Logo em seguida, liguei para o Alex (Davis, empresário), que confirmou a informação, e depois falei com meus treinadores, que pediram para eu descansar”, contou o pesado.
Zé Colmeia atuaria em 25 de abril em um card que ainda não tinha local definido em função da pandemia. O mineiro enfrentaria Don’Tale Mayers e tentaria manter a invencibilidade na carreira.
Mesmo tendo novamente os planos de estrear pelo Ultimate frustrados, Rodrigo afirma que fica dividido entre a responsabilidade com relação a saúde, mas que precisa pensar no lado financeiro, já que, sem compromissos, não há bolsas a se receber.
“Sobre o vírus é bem complicado. Tenho duas opiniões: atleta precisa lutar, porque só recebe quando luta. Aqui (nos Estados Unidos) é muito caro, em dólar ainda. Estou no alojamento da American Top Team (ATT). Dia 8, fizeram sete meses e, mesmo não pagando água e luz, eu gasto com comida. Tenho minhas contas no Brasil. Minha parte de atleta fala que preciso lutar. Mas a parte solidária fala que o mundo todo está parando e os caras não vão parar também? Não sei qual foi a melhor decisão, mas espero que isso passe logo, porque tem afetado todo mundo”, finalizou.
Aos 27 anos, Rodrigo soma 7 apresentações como profissional no MMA. Com estreia no esporte em 2012, o mineiro nunca soube o que é perder em um confronto.
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